Vontade de sair passarinhando pelo céu
E escrever nas nuvens a leveza dos pensamentos.
Vontade de ser chuva desaguada
Dos teus olhos alvos de inocência.
A claridade do som,
Me permite viver os teus dias
Me permite planar em teus sonhos
Me permite ainda abrir as portas da tua mente
E fazer, no teu terreiro, brincadeira de dia de Reis
E trajado de guerreiro
Meus pés pisam os ladrilhos em mormaço
A caldeira que emerge borbulhante
Derrama nas paredes do tempo
O amarelado do sol sertanejo.
E assim me vou!
Guardando no bisaco os presentes dos Deuses
Levando no olhar as centelhas celestes,
Desarmando meu presépio, juntando e rejuntando
Os pedaços de mim para o ano que vem.
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