sábado, 21 de junho de 2008

Asas para voar

Eu quero um par de asas,
Quero um vento solto
Quero só mesmo voar.
E que teus e meus
temores ou medos
percam-se,
calem-se
acabem
pelo
teu
meu,
fim.

Cantigar!!!!!!!!!!!

Os ecos perdidos no tempo
do dia tal, do ano que não sei,
de tudo só sei que passei
voando na melodia do ar
do sertão, do sol a raiar,
das lumiança na escuridão
do cabôco na oração
das moça brincando escondida
é na viola que sopro a vida
nessa estrada da canção!!!

E nas caminhanças nem me espanto
por tudo o que já vi,
já presenciei e ouvi
cada conversa cabulosa
dedilhadas no mêi de prosa
nas beiras de riachão
cantando a louvação
da história já vivida
é na viola que sopro a vida
nessa estrada da canção!!!

Mas fico todo derretido
quando vejo a aurora no céu,
amarelando tecendo um véu,
trazendo um dia novo
na matina de um povo
que trabalha chão a chão
no inverno e no verão,
em cada casa varrida
é na viola que sopro a vida
nessa estrada da canção!!!

E quando me vejo enrolado
nos lençóis dessa cabôca
nem consigo abrir a boca
de tamanha felicidade
é uma fulorança de verdade
é um fole, que entoa o quadrão,
c'uma rabeca, pífe e violão
na zabumba pulsando, corrida
é na viola que sopro a vida
nessa estrada da canção!!!

Por isso, sigo nesse caminho
desbravando essa estrada
com uma certeza criada
intocada no meu interno
do peito, que só via inverno
cinza, de tanta chuva e trovão,
cantar, é obrigação
pra alegrar a labuta sofrida
é na viola que sopro a vida
nessa estrada da canção!!!